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segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Esporotricose – Entenda como essa zoonose afeta os cães e gatos

Saiba como age a esporotricose nos animais e entenda como ocorre sua transmissão, sintomas e tratamento.
Considerada uma zoonose, a doença chamada de esporotricose pode afetar tanto os animais como os seres humanos, sendo que boa parte dos animais que acabam afetados por este terrível mal são gatos ou cachorros.
Tendo um fungo como agente, a esporotricose só é notada pelos donos de bichinhos de estimação – na grande maioria das vezes - quando seus primeiros sinais começam a aparecer nos pets; formando lesões e feridas de diferentes graus de severidade em várias partes do corpo do animal, sendo que a face é, geralmente, o primeiro local afetado.



Transmitida por meio da entrada do fungo em uma lesão ou abertura na pele do animal, a esporotricose também pode, facilmente, ser transmitida por animais que nem mesmo estão doentes – já que o acúmulo do fungo nas unhas de felinos, por exemplo, é um enorme risco para quem tomar uma arranhada dele.

Embora os seus sinais na pele e na parte externa do corpo dos pets sejam os mais comuns e notáveis, isso não significa que a doença atinja, somente, essas regiões; já que uma série de órgãos importantes (incluindo pulmões e ossos) do bicho também podem ser seriamente comprometidas em função dessa doença devastadora.
Confira, a seguir, de que maneira ocorre a transmissão da esporotricose e quais são os seus principais sintomas, aprendendo a identificar a doença no seu pet e, consequentemente, possibilitando uma chance maior de um tratamento eficaz e uma rápida recuperação.
A transmissão da esporotricose
Conforme citado anteriormente, a esporotricose é uma zoonose que tem o fungo Sporotrix Schenckii como agente causador. Presente na natureza, este fungo específico pode ser encontrado nos mais diversos lugares, como na terra, em jardins e matas – também sendo presente em locais de pouca higiene, como lixões e áreas mais carentes de vigilância sanitária.
Necessitando de temperaturas altas e umidade para se proliferar, os fungos da doença são mais comuns em regiões temperadas e tropicais; onde as condições climáticas são mais propícias para a sua existência.
Também chamada de “doença da roseira”, a esporotricose costumava contaminar muitos seres humanos com trabalhos que exigiam o contato direto destas pessoas com vegetais, terra e flores (como floricultores, jardineiros, trabalhadores rurais e mineiros, por exemplo) – infectando-os por meio de feridas em espinhos com o fungo ou mesmo do contato de uma pequena lesão pré-existente com algum tipo de matéria contaminada.
No caso dos animais, essa transmissão fica ainda mais facilitada – tendo em vista as brigas que podem ocorrer entre bichos e o nível de cuidados dos pets ao entrar em contato com qualquer tipo de ambiente; que é zero.
Tendo algum tipo de lesão na pele e entrando em contato com material infectado, o animal já é contaminado pelo fungo; sendo que (conforme citado no início do artigo), o animal também pode ser tornar um transmissor da doença sem nem mesmo tê-la.
Como as brigas entre cães ou gatos não são incomuns, basta que um dos animais envolvidos tenha tido contato com o fungo para passá-lo para outro bicho sadio – já que esse material contaminado pode ficar alojado debaixo das suas unhas, por exemplo; sendo transportado para o pet sadio que toma uma arranhada do animal transmissor.
É importante lembrar que a esporotricose é uma zoonose e, por isso, todo cuidado é pouco quando o seu pet passa algum tempo mexendo em locai possivelmente contaminados – já que ele também pode transmitir a doença para humanos, e não só para outros animais. Portanto, evitar esse tipo de contato por parte do animal e mantê-lo sempre com a higiene em dia são medidas que podem fazer toda a diferença para prevenir a doença no seu lar.

Os sintomas da esporotricose
Tanto em cães como nos gatos, os primeiros sintomas da doença são os mesmos, e consistem em lesões que se manifestam na pele do animal; principalmente na região da cabeça e nas extremidades (locais onde os ferimentos de transmissão do fungo são mais comuns). Aparecendo, inicialmente, como uma simples ferida; a doença gera a inflamação do tecido contaminado, que se transforma em uma lesão cheia de pus chamada de cancro esporotricótico.
Na maioria dos casos, as feridas causadas pela doença não causam dor ou coceira de nenhum tipo nos animais afetados, e não é possível eliminá-las por meio de remédios convencionais; incluindo a aplicação de pomadas ou administração de medicamentos antibióticos, por exemplo.
Entretanto, nos casos mais graves é possível notar uma série de outros sintomas além das lesões na pele, como febre, apatia e perda de apetite. Ainda em quadros mais desenvolvidos – e que já se disseminaram para os pulmões do acometido – pode haver a ocorrência de tosse com catarro, espirros, fadiga extrema, dificuldade em respirar e até a saída de sangue pelas vias respiratórias do animal.
Diagnóstico e tratamento da esporotricose
Infelizmente, o problema só é notado quando seus primeiros sintomas começam a aparecer e, como muitos dos sinais da esporotricose podem ser confundidos com os de outras doenças (como leishmaniose e herpes, entre outras), seu diagnóstico nem sempre é muito simples.
Conforme alertamos constantemente em nossos artigos, ao notar qualquer sinal anormal no seu pet, a melhor medida é leva-lo a uma clínica veterinária – pois, somente um profissional será capaz de identificar o problema e trata-lo de maneira eficiente.
No caso da esporotricose, o médico veterinário, primeiramente, realiza um exame clínico; buscando informações sobre a vida do animal e seus costumes, procurando saber se ele pode ter se envolvido em brigas na rua ou tido algum tipo de contato com regiões onde a propensão para o a contaminação pelo fungo é maior.
Feito isso, o profissional deve pedir uma série de exames adicionais de laboratório, incluindo biópsias, exames de sangue e a observação de material coletado em microscópio e em “lâmpada de Wood” (que é semelhante à luz negra), entre outros; para que possa determinar um diagnóstico final com certeza e, a partir disso, recomendar o melhor tratamento para o animal.
Embora já haja, atualmente, uma série de produtos no mercado que são bastante eficazes no tratamento da esporotricose; essa doença pode ser fatal nos casos em que o problema já está bastante desenvolvido – e isso prova, mais uma vez, a importância de não adiar uma visita à clínica veterinária quando seu pet apresentar anormalidades; já que isso pode fazer, literalmente, toda a diferença entre a vida e a morte do animal.
Nos casos em que a infecção ainda é relativamente recente, no entanto, o tratamento da doença pode ser eficaz – embora seja lento. Na maioria das vezes, antifúngicos são os medicamentos usados para curar a esporotricose; sendo administrados de forma oral ou injetável no animal – e suplementos e vitaminas também podem ser receitados em conjunto, dependendo do caso.

sábado, 25 de outubro de 2014

Diabetes Canina

Diabetes Mellitus

O que é a Diabetes Mellitus canina?

A Diabetes Mellitus é uma doença comum em animais séniores, mas pode também surgir em animais jovens e cadelas grávidas.
A Diabetes Mellitus é uma doença endócrina que ocorre quando o organismo não consegue utilizar corretamente a glicose. Após a refeição o alimento é digerido e todos os nutrientes são absorvidos pelo intestino. No caso da glicose, esta é transportada da corrente sanguínea para as células de todo o organismo, funcionando como a sua fonte de energia.
Para que a glicose seja transportada para as células é necessário insulina. A insulina é um hormônio produzido pelas células-beta do pâncreas que, após a sua síntese, é liberada para a corrente sanguínea de forma a cumprir a sua função.

A Diabetes mellitus no cão é do tipo I, ou congênita, embora também esta doença também possa acontecer de forma adquirida.
A Diabetes do tipo I resulta de uma insuficiente produção de insulina pelo pâncreas o que leva a uma acumulação da glicose no sangue e consequentemente a uma diminuição da chegada de energia às células. Este aumento dos níveis de glicose no sangue denomina-se de hiperglicemia, característica dos animais diabéticos. Nestas situações, como o organismo não consegue utilizar a glicose como fonte energética, vai utilizar a gordura e as proteínas musculares, o que irá provocar perda de peso. Por esta razão o animal está sempre com fome e come muito, pois as células têm falta de energia, mas, por outro lado, emagrecem, já que a sua alternativa é a metabolização da gordura e do músculo.

A diabetes canina é muito comum - entre 1 em cada 100 e 1 em cada 500 cães desenvolvem diabetes.
Qualquer cão pode desenvolver diabetes, mas alguns apresentam mais predisposição.



Quais são os sinais clínicos da Diabetes Mellitus? 

Conhecer os sinais da diabetes é o primeiro passo para proteger a saúde do seu cão. Se qualquer uma das frases abaixo descreve seu animal de estimação, fale com seu Médico Veterinário sobre a possibilidade de diabetes: 
  • Bebe mais água do que o normal (polidipsia)
  • Urina mais frequentemente, produz mais urina por dia (poliúria)
  • Apresenta sempre fome (polifagia), mas mantém ou perde peso
  • Tem olhos turvos (Cataratas)


Outros sinais de que deve estar atento são: infecções recorrentes ou crónicas (incluindo infecções cutâneas e urinárias). Recomenda-se que na presença de um destes sinais o animal seja examinado pelo Médico Veterinário. 

Como a Diabetes é diagnosticada? 

A Diabetes Mellitus é considerada pelo Médico Veterinário quando há a presença dos sinais clínicos referidos. São realizados testes laboratoriais sanguíneos e análise de urina de forma a fazer o diagnóstico diferencial com outras doenças características de animais idosos. Na presença de elevados níveis de glicose sanguínea em jejum e de glicose na urina de forma persistente confirma-se o diagnóstico. 

Qual é o tratamento? 

Se for diagnosticada diabetes ao seu cão, então agora é hora de aprender a cuidar do seu animal de estimação diabético. O objetivo do controle da diabetes é manter as concentrações de glicose em níveis que não sejam elevados, evitando subidas e descidas abruptas, e reduzir ou eliminar os sinais da diabetes, tais como sede e micção excessivas. Embora a diabetes não possa ser curada, a doença pode ser controlada com sucesso com injeções diárias de insulina e alterações na dieta. E um controle bem sucedido da diabetes significa que o seu cão pode levar uma vida feliz, saudável, ativo e com qualidade de vida. 

Quando a Diabetes Mellitus é diagnosticada o Médico Veterinário prescreve um tipo de insulina. Esta é administrada por via subcutânea com uma pequena agulha que, normalmente, é bem tolerada pelo animal. O proprietário deve aprender corretamente com o Médico Veterinário como preparar e administrar a insulina. Cada animal reage de forma diferente à insulina e por isso não existe uma dose nem um tipo de insulina igual para todos, esta deve ser adaptada ao animal. Pode até ser necessário que o seu cão fique na clínica veterinária por alguns dias para que o seu Médico Veterinário possa acompanhar de perto a resposta do seu cão ao tratamento. São necessárias monitorizações ao longo do tempo pelo Médico Veterinário de forma a manter os valores de glicemia controlados. No entanto, caso haja alguma alteração no animal este deve ser examinado pelo Médico Veterinário, pois pode ser necessário ajustar a dose de insulina.

A dieta desempenha um papel fundamental no controlo da Diabetes, pois ajuda a controlar a quantidade de glicose ingerida pelo animal. Existem rações formuladas no mercado para animais diabéticos. Idealmente a dose diária deve ser dividida em duas vezes, uma de manhã e outra a noite. A alimentação pode ser acompanhada pela administração de insulina, de acordo com a prescrição efetuada para o animal. Não devem ser adicionados extras à ração, pois estes apenas vão descontrolar os níveis de glicose no animal.

O exercício ajuda a manter os animais de estimação ativos, saudáveis e felizes. Mas para cães diabéticos, o exercício precisa ser regulado, porque a atividade física afeta as concentrações sanguíneas de glicose do seu cão. O melhor é criar uma rotina de exercícios consistentes para o seu cão diabético para evitar mudanças bruscas de requisitos de energia (glicose). Se estiver preocupado(a) com a quantidade de exercício que o seu cão diabético precisa, pergunte ao seu Médico Veterinário.
 

Cuidados especiais 

Um animal com Diabetes Mellitus requer tratamento para a vida. É fundamental cumprir rigorosamente a dieta indicada e administrar insulina conforme o prescrito pelo Médico Veterinário de forma a manter os níveis sanguíneos de glicose dentro dos valores normais. Cada animal é individual e reage de forma diferente, por isso por vezes, pode ser necessário ajustes na dose de insulina e por isso o animal deve ser acompanhado pelo Médico Veterinário regularmente para monitorizações. Alguma alteração nos sinais do animal deve ser imediatamente transmitida ao Médico Veterinário, pois podem surgir complicações, como é o caso da Cetoacidose Diabética. O cumprimento do tratamento prescrito e monitorizações ao longo do tempo é a chave para o controlo adequado dos níveis de glicemia evitando complicações e dando ao animal uma vida longa e com qualidade. 

A Importância do RDW (hemograma)


segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Exame Parasitológico Direto (Leishmaniose Canina)


O exame direto é baseado na pesquisa da Leishmania sp. em aspirado de lesões cutâneas,  medula óssea, linfonodo, baço ou raspado das bordas das lesões. Neste exame é feita a pesquisa direta das formas amastigotas do parasita. Trata-se de um teste de alta especificidade, ou seja, uma vez visualizado o parasita não há dúvidas quanto à positividade da amostra. Todavia, o Exame Parasitológico Direto está sujeito a resultados falso-negativos, especialmente nos casos em que a parasitemia é muito baixa e/ou quando a coleta e o material coletado são inadequados. Conforme literatura, os esfregaços têm positividade de 50% a no máximo 80%, sendo um exame essencial no diagnóstico da leishmaniose tegumentar.

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Parvovirose

também conhecida pelo nome de Enterite Canina Parvoviral, é altamente contagiosa e causada por um virús DNA que pertence à família Parvoviridae. É considerada uma zoonose, pois ataca tanto o homem como o cão, sendo que os sintomas nos humanos se manifestam sob a forma de infecção nas vias aéreas e nos olhos, porém sem gravidade. Já nos cães essa enfermidade geralmente é fatal, com uma taxa de mortalidade ao redor de 80%. Comumente, ataca mais animais jovens do que adultos, pois este último possui imunidade adquirida naturalmente. As formas de transmissão deste vírus são: via aerógena e através de objetos contaminados.


Sintomas

Os cães infectados que manifestam a doença, ficam doentes, geralmente, cerca de 7 a 10 dias após a infecção inicial. A doença se estabelece principalmente, no aparelho digestivo, sendo que os sintomas mais característicos são vômito e diarréia fétida e sanguinolenta. Outros sintomas que os cães podem apresentar são: anorexia, letargia e elevação de temperatura que pode chegar a 41°C. Alguns animais podem apresentar tosse, inchaço nos olhos ou conjuntivite.
Outra forma de manifestação da doença é a miocárdica, que pode levar à morte súbita do cão, devido a miocardite (inflamação do músculo do coração) gerada neste caso.

Diagnóstico

Como a parvovirose pode ser confundida com uma gama enorme de enfermidades, é necessário realizar exames laboratoriais, onde são detectados anticorpos anti-vírus no sangue. É importante ressaltar que um resultado negativo não significa a ausência da doença.

Tratamentos

O tratamento deve ser realizado por um Médico Veterinário, através da administração via parenteral e, até mesmo oral, de soluções isotônicas de sais minerais, glicose e vitaminas, auxiliando assim na recuperação do cão, prevenindo sua desidratação devido aos vômitos e diarreias. Mesmo não surtindo efeito algum sobre o vírus, é feito também o uso de antibióticos para prevenção e combate de infecções secundárias. O tratamento visa dar suporte aos animais, para que estes possam reagir, sendo que o animal que sobrevive a esta doença fica temporariamente imunizado.

Profilaxia

A prevenção da doença é feita basicamente pela administração de vacinas. São aplicadas, preferencialmente, em fêmeas antes da cobertura para que seja assegurada uma boa imunidade aos filhotes, pois são transmitidos anticorpos aos filhotes durante a gestação e, também, durante a amamentação, especialmente pelo colostro. Nos filhotes, a primeira vacina deve ser aplicada 15 dias após o desmame, (com cerca de 45 dias de vida). A revacinação anual é recomendada a todos os cães, independente da idade.
Fontes:
http://arcadenoe.sapo.pt/artigo/parvovirose_canina/128
http://www.artigonal.com/biologia-artigos/parvovirose-1201454.html
http://whippetp.no.sapo.pt/parvovirose.htm
http://www.center.vet.br/parvovirose.html
http://www.saudeanimal.com.br/artigo72.htm
http://m.veterinaria.zip.net/

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Cinomose Canina

A Cinomose é uma doença causada pelo vírus CDV(Canine Distemper Virus), do inglês, Vírus da Cinomose Canina (VCC). Esse vírus ataca o sistema como um todo, é altamente contagioso e na maioria das vezes fatal. O sistema respiratório, gastrointestinal e sistema nervoso central são os mais afetados. O vírus ataca tanto filhotes como adultos, além de canídeos selvagens como lobos, coiotes e raposas.

Os animais são infectados normalmente através da exposição ao vírus presente no ar contido nas secreções respiratórias de um cão infectado ou então por via digestiva. Todos os animais estão sujeitos a contrair a doença, porém, filhotes com menos de quatro meses e cães que não foram vacinados tem maior probabilidade. Surtos da doença são esporádicos.
Quando o animal é atacado os olhos ficam com uma secreção bem intensa, apresenta febre, corrimento nasal, o focinho fica ressecado, falta de apetite, vômitos, diarréia, dificuldade para respirar, tosse e letargia. Em fases posteriores, o vírus ataca o sistema nervoso provocando crises de convulsão, espamos e até paralisia parcial ou completa. A Cinomose tende a ser fatal na maioria dos casos, e mesmo que o animal não venha à óbito, o vírus pode causar danos irreparáveis no sistema nervoso.
O diagnóstico da doença é feito pelos sinais clínicos e testes de laboratório. Não existe um remédio especifico para exterminar o vírus no animal infectado. O tratamento consiste em prevenir infecções secundárias. A vacinação e evitar o contato com animais doentes são elementos chaves para a prevenção da doença.

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Giardíase

É muito provável que no decorrer da vida o seu cão já tenha apresentando diarreia, vômito e depressão seguida de perda de peso. Pois bem, esses são os principais sintomas da giárdia, uma das doenças intestinais mais comuns em cães e até mesmo em seres humanos. Neste artigo, você terá a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a giardíase, como preveni-la, seus sintomas, diagnóstico e tratamento…tudo com vocabulário simples e direto. 
 Causa e transmissão…

giárdia, ou giardíase, é uma doença causada por um protozoário popularmente conhecido como G lamblia ou G duodenalis. Trata-se de uma doença importante que pode gerar complicações e danos à saúde de animais (principalmente cães e gatos nos centros urbanos) e nos seres humanos, sendo assim classificada como uma zoonose.
O crescente número de animais domésticos e o aumento da densidade populacional não acompanhada de desenvolvimento urbano, faz com que a giárdia se torne caso clínico cada vez mais comum nas clínicas e hospitais veterinários. A transmissão da giárdia pode ser classificada de duas formas:
Giárdia Transmissão Indireta: os cães são infectados através da ingestão de água ou alimentos contaminados com cistos provenientes das fezes de outro indivíduo já contaminado com giardíase.
Giárdia Transmissão Direta: geralmente se dá em canis e gatis, onde os animais ficam mal acomodados, aglomerados uns aos outros e têm contato direto.
É importante ressaltar que o cisto da giárdia pode sobreviver por meses em locais úmidos, porém podendo ser inativado por compostos químicos que serão citados na seção relacionada à prevenção da giardíase.

Sintomas da Giárdia

A giárdia se apresenta em cães com sintomas característicos, como diarreia intermitente que compromete diretamente a digestão e absorção de alimentos, o que por sua vez gera como consequência a desidratação, perda de peso e em casos mais severos, o óbito. Em relação as fezes, estas costumam ser pálidas, fétidas e molengas, podendo apresentar-se na forma aquosa ou hemorrágica, quando também apresentam vestígios de sangue.
Aspecto das fezes de cães doentes com giárdia
De toda forma, vale ressaltar que fatores como cepa do parasita, o tempo de infecção, dieta alimentar e o estado imunológico influenciam nos sintomas da giárdia. 

Diagnóstico da Giárdia

A giárdia pode ter diagnóstico suspeito através de exame clínico associado a entrevista com o proprietário do cão, podendo chegar ao diagnóstico preciso através de exame laboratorial que identifica cistos nas fezes do animal doente.
Por último, vale dizer que a a identificação de cistos nas fezes geralmente é possível nos primeiros sete dias após o inicio dos sintomas, gerando a opção de recorrer ao exame seriado, aquele que é repetido mesmo quando o resultado é negativo através de amostras distintas. 

Tratamento da Giárdia

Antes de tudo vale citar a máxima “todo medicamente deve ser receitado pelo seu médico”, veterinário(a) no caso. No caso da giárdia em cães, o medicamento mais usado é o metronidazol. É considerado seguro e eficaz, porém não deve ser administrado em cadelas gestantes, pois atravessa a barreira placentária. Anti-helmínticos como é o caso do albendazol também mostram-se seguros e eficazes no tratamento da doença.  

Prevenção da Giárdia

A manutenção de bons costumes da educação sanitária, ajudam a diminuir a transmissão fecal-oral, conferindo importância na melhora da qualidade da água e na higienização correta das mãos e alimentos antes das refeições. Em ambientes frequentados por animais que já foram infectados pela doença, é importante fazer a higienização química, com compostos de amônio quaternário, água sanitária, vapor e água fervente, assim elimina-se a possibilidade de sobrevivência dos cistos.
Como medida profilática, recomenda-se a vacinação de cães contra a giárdia, uma vez que a vacina reduz a incidência da doença com eficácia. A vacina contra a giárdia é composta de duas doses espaçadas de 15 dias para animais nunca antes vacinados, com reforço anual em dose única.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Erliquiose Canina


O que é a Erliquiose canina?

É uma grave doença infecciosa transmitida pelo carrapato, que acomete animais da família canidae que são lobos, cães e chacais. O primeiro registro dessa enfermidade no Brasil foi em 1973, na cidade de Belo Horizonte. Passou por diversas nomenclaturas no passado, tais como: pancitopenia tropical canina, riquetsiose canina, tifo canino, síndrome hemorrágica idiopática, febre hemorrágica canina, moléstia do cão rastreador e, atualmente é denominada erlichiose monocítica canina (EMC).
O carrapato que transmite tal doença recebe o nome de Riphicephalus sanguineus ou carrapato vermelho do cão. Eles possuem hábito nidícola, ou seja, vivem em ninhos, toca ou abrigo de seus hospedeiros, gostam de lugares quentes e escuros.
Uma fêmea adulta pode ovipor em média 4.000 ovos que eclodem em 2 a 7 semanas, liberando as larvas que irão se alimentar por 3 a 12 dias, estas lavas alimentadas caem do hospedeiro e permanecem fora por 6 a 90 dias quando se transformam em ninfa. As ninfas também se alimentam por um curto período 3-10 dias, depois de alimentadas voltam ao ambiente para se tornarem adultas. Geralmente para completar seu ciclo necessitam de três hospedeiros, para larva, ninfa e adulto, mas o carrapato pode completar seu ciclo de vida com apenas um animal como hospedeiro se desprendendo do animai ao final de cada repasto sanguíneo (alimentação). Parasitam principalmente a cabeça, pescoço, orelhas e entre os dedos. São muito comuns em áreas urbanas. A quantidade de carrapatos que está no animal equivale a 5% da população de carrapatos que vivem no ambiente, ou seja, 95% destes estão no ambiente. É importante lembrar que, além da erliquiose, este parasita também transmite aos cães a Babesiose e a Hepatozoonose.
Como o cão se contamina?
O R. sanguineus (carrapato vermelho) transmite a Erliquiose para os cães, pela saliva enquanto se alimenta com o sangue do animal. A doença tem um período de incubação de 1-3 semanas.
Quais são os sintomas?
A fase inicial da infecção ou fase aguda, geralmente traz um quadro de febre, que pode variar entre 39,5 ºC e 41,5 ºC. Em geral, o animal apresenta ainda perda de apetite, com conseqüente perda de peso. Pode apresentar ainda fraqueza muscular. Alguns cães, que apresentam quadro mais grave na fase aguda, podem apresentar secreção nasal, uveite, param totalmente de se alimentar, apatia, depressão, sangramento nasal, urina com sangue (hematúria), sangramento digestivo, náuseas, vômitos, inchaço nas patas, dificuldade para respirar.
A fase aguda pode durar cerca de 4 semanas e, se não for muito intensa ou se o animal permanece por longos períodos sozinho, pode passar desapercebida pelo proprietário. Alguns animais apresentam a doença numa forma subclínica, isto é, sem sinais e sintomas aparentes. Os proprietários mais atenciosos podem perceber palidez de mucosas, perda de apetite e/ou inchaço nos membros. Quando avaliado pelo veterinário, geralmente é detectada anemia, sinal de algum sangramento que não foi notado. Em alguns cães a infecção pode ser persistente e quando ocorre uma queda de imunidade, onde o organismo não consiga combater e eliminar a bactéria, este apresentará a fase crônica da doença, estes animais podem apresentar anemia, fraqueza, o animal pode ser acometido por infecções secundárias, oportunistas, causando pneumonia, diarréia, lesões na pele, e outros.
Como diagnosticar?
O diagnóstico é feito através do histórico (presença de carrapatos ou área endêmica da doença), sinais clínicos e achados de exames laboratoriais. A Erlichia canis afeta determinadas células do sangue, levando a um baixo número circulante delas e tal achado em associação aos sinais clínicos pode ser sugestivo da doença. Exames bioquímicos e urinálise são importantes para detectar alterações precoces em outros órgãos, principalmente os rins.
Exames mais específicos como sorologia e PCR, são úteis para se chegar ao diagnóstico. Alguns cães podem estar concomitantemente infectados pela erliquiose e babesiose, ou mesmo hepatozoonose, visto todas serem transmitidas pelo mesmo carrapato.
A erliquiose tem cura?
Tem cura sim, se tratada adequadamente. As chances de cura são maiores quando o tratamento é iniciado precocemente. Quando tratada no início da doença, após cerca de 48 horas do início do tratamento já pode ser observada melhora no estado geral do animal.
Quanto antes o animal for levado ao Médico Veterinário, mais chances ele tem de sobreviver a esta doença. Erliquiose é uma doença fatal se não tratada.
Como é feito o tratamento?
O tratamento tem a intenção de combater o microorganismo, bem como tratar as lesões por ele causadas. A terapia básica consiste em antibioticoterapia (doxicilina) via oral com droga específica durante 28 dias. Em alguns casos pode ser necessário uso de droga injetável aplicada a cada 7-15 dias. Dependendo da gravidade dos sinais o cão precisará de internamento para fluidoterapia e transfusão sanguínea. O sucesso do tratamento irá depender da fase da doença e gravidade dos sinais que o cão apresenta, visto que em estágios avançados da erliquiose pode ocorrer aplasia de medula- a medula óssea para de funcionar. O combate ao carrapato transmissor da doença é muito importante para o tratamento, evitando o risco de re-infecção e de transmissão a outros animais sadios. Para tal, devem ser utilizados carrapaticidas no ambiente e também no animal. A coleira anticarrapato deve ser usada pelo cão, bem como produtos em banho medicinal e de aplicação na pele.

Os humanos pode pegar erliquiose?
Não há relatos de casos de erliquiose canina em humanos, entretanto, outros tipos de bactéria erlichia, que não a canis, podem transmitir outro tipo de erliquiose para humanos, também através de carrapatos. A incidência de erliquiose em humanos tem tido um aumento significativo nos Estados Unidos. Felizmente, ainda há poucos casos diagnosticados no Brasil.
 Como prevenir?
A prevenção deve ser feita através da dedetização minuciosa de cada canto ambiente em que o animal vive com produtos específicos para limpeza do ambiente como o butox, colosso, lembrando que estes produtos não devem ser usados nos animais, deve ser feito a limpeza do ambiente quando o animal não estiver no local, e a limpeza do ambiente deve ser feito em conjunto com a limpeza do animal com banhos medicinais, uso de produtos pour on, coleiras carrapaticidas.
Como a erliquiose não é transmitida via transovariana no carrapato, a doença pode ser eliminada no meio ambiente pelo controle dos carrapatos e pelo tratamento de todos os cães por toda uma geração de carrapatos. O R. sanguineus pode transmitir a erliquiose por aproximadamente 155 dias.
Prevenir é sempre o melhor remédio! É preciso combater os casos de Erliquiose para preservar a saúde de nossos animais!

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

HIPOTIREOIDISMO EM CÃES



1. Introdução
O hipotireoidismo canino é uma desordem endócrina estrutural e/ou funcional caracterizada pela deficiência na produção de hormônios tireoidianos.
2 . Etiologia
O hipotireoidismo pode ocorrer a partir de uma falha em qualquer ponto do eixo hipotálamo-hipófise-tireóide, onde podemos classificá-las em:
Hipotireoidismo primário:
Este quadro é determinado por diversos processos patológicos que irão causar a destruição do tecido glandular da tireóide, resultando em deficiência na produção dos hormônios tireoidianos. O hipotireoidismo primário representa 95% dos casos clínicos de hipotireoidismo e a prevalência maior se dá em cães adultos. Dentre estes processos patológicos podemos citar:
Tireoidite linfocitária - É caracterizada histologicamente por uma infiltração difusa de linfócitos e macrófagos no tecido tireóideo, levando a uma destruição progressiva dos folículos e substituição do parênquima glandular por tecido conjuntivo fibroso.
Atrofia folícular idiopática - Na atrofia folicular idiopática, há perda de tecido glandular com substituição por tecido adiposo.Outras causas menos comuns - Neoplasias: Carcinoma de tireóide e carcinoma das células escamosas são os tumores mais comuns, causando extensiva destruição da glândula tireóide.
Causas iatrogênicas:
Como causas iatrogênicas, podemos citar: a tireoidectomia cirúrgica, em tumores tiroideanos; intoxicação pelo uso de drogas com efeitos antitiroidianos (metimazone), ou pelo uso de terapias com iodo radioativo (iodine-131), no tratamento do hipertireoidismo que pode, por vezes, levar a ablação total da glândula Tireóide .
Hipotireoidismo secundário:
O hipotireoidismo secundário é resultante de uma falha no eixo hipófise-tireóide, caracterizado por uma deficiência de secreção de TSH das células tireotrópicas da hipófise.
Dentre as causas de hipotireoidismo secundário podemos citar a má formação da hipófise e destruição ou supressão das células tireotrópicas da hipófise.
Hipotireoidismo terciário:
O hipotireoidismo terciário é resultante de uma falha no eixo hipotálamo-hipófise. Essa falha pode ocorrer tanto por uma má formação no hipotálamo, como por uma destruição do mesmo pela presença de neoplasias, abcesso ou inflamações severas. Os níveis inadequados de TRH levam a uma atrofia da glândula tireóide. Por esse motivo, é muito importante o diagnóstico precoce das desordens da tireóide para posterior tratamento.
Congênito:
A incidência de hipotireoidismo congênito em cães é desconhecida, em geral os filhotes vêm a óbito precocemente. As causas documentadas de hipotireoidismo congênito incluem deficiência de iodo, disgenesia ou agenesia da tireóide.
Síndrome do Eutiroideo Doente:
Esta síndrome se manifesta na presença de uma doença concomitante, onde a mesma pode produzir uma profunda alteração na concentração sérica basal dos hormônios da tireóide pela falta de resposta da tireoide ao TSH pela supressão de hipófise ou mesmo do hipotálamo, sendo que as alterações das concentrações séricas de T3 livre e T4 livre são mais variadas e dependem em parte dos mecanismos fisiopatológicos envolvidos com a doença.
Acredita-se que tal redução sérica de T3, T4 e, em muitos casos, de T4 livre, ocorra devido a uma adaptação fisiológica do corpo com o intuito de reduzir o metabolismo celular durante o período da doença. Cães eutiróideos doentes podem ter concentrações séricas dos hormônios da tireóide bem próximos ao limite para o hipotireoidismo e mimetizar hipotireoidismo ao teste de estimulação de TSH e TRH, retornando a valores normais após a remissão do processo.
O tratamento para a síndrome do eutiróideo doente deve ser focado para a doença concomitante. Uma vez corrigida a doença, os níveis séricos de T3 e T4 voltam ao normal.
3. Sinais Clínicos
Os hormônios tireoidianos são necessários para a manutenção da normalidade das funções metabólicas do organismo, portanto a severidade das manifestações clínicas do hipotireoidismo está relacionada ao intervalo de tempo e ao grau de deficiência dos hormônios.
Alterações metabólicas:
Os sinais clínicos metabólicos são os mais difíceis de serem notados pelo proprietário pois estes aparecem gradativamente. A severidade desses sinais tem relação direta com a duração do hipotireoidismo.
Os sinais clínicos mais comuns relacionados ao metabolismo do animal são a letargia, inatividade, ganho de peso sem aumento do apetite, intolerância ao frio (o animal procura lugares mais quentes), retardo mental e intolerância a exercícios. Outro sinal bem característico do animal com hipotireoidismo é a expressão de cansado ("facis tragica").A disfunção muscular é um aspecto freqüente na síndrome clínica do hipotireoidismo.
Alterações dermatológicas:
As alterações de pele e pelagem são os achados mais comuns de serem observados. Em 60% dos cães com hipotireoidismo há alterações dermatológicas. Os achados incluem pele seca, alterações na qualidade da pelagem (pelagem de filhote, pêlo quebradiço) ou na cor, alopecia uni ou bilateral e vários graus de hiperpigmentação.Seborréia seca ou oleosa, otite crônica externa e piodermite superficial são complicações secundárias associadas ao hipotireoidismo.
Alterações neurológicas:
Os cães podem apresentar neuropatias periféricas como paralisia do nervo facial, paralisia laringeal, ataxia, andar em círculos e fraqueza. Pode haver andar rígido do membro anterior com excessivo desgaste das unhas do membro acometido.
Alterações Reprodutivas:
Os sinais reprodutivos só aparecem tardiamente. Os hormônios da tireóide são necessários para a secreção de FSH e LH. Com isso, os animais passam a apresentar intervalos prolongados entre cios, falhas no cio, cio silencioso, perda da libido, atrofia testicular, oligospermia, azostemia, galactorréia e ginecomastia. A infertilidade é comum.
4. Diagnóstico
O diagnóstico do hipotireoidismo se faz a partir de uma boa anamnese, acompanhada de um exame clínico detalhado, observação dos sinais clínicos apresentados e exames laboratoriais específicos para cada espécie.
Exames laboratoriais:
Os hormônios da função tireoideana normalmente mensurados são o T4 total, T4 livre e TSH. O hormônio T3 possui pouca significância clínica, principalmente porque grande parte dele é formada pela deionização do T4 pelo fígado, rins e músculos, tornando-o um indicador pobre para tal avaliação.Outras dosagens podem ser realizadas para aumentarmos a especificidade do diagnóstico do hipotireoidismo, como, por exemplo, tireoglobulina, anticorpos anti-tireoglobulina e anticorpos anti-T4.Muito importante para o diagnóstico é confirmar a metodologia aplicada para tais mensurações, bem como a especificidade de cada método empregado.
Teste de Resposta ao TSH:
O hipotireoidismo é confirmado através do teste de estimulação com TSH. Esse teste consiste na dosagem sérica de T4 total e livre antes e após a administração de TSH. A coleta do soro, após a administração do TSH, deve ser realizada após um período de 4 horas (no caso de administração de TSH intravenoso) ou 8 horas (no caso de administração de TSH intramuscular), para a verificação sérica dos hormônios tireoideanos.Caso o paciente esteja sob terapia tireoideana, esta deve ser interrompida 14 dias antes da execução do teste.
5. Tratamento
O tratamento de hipotireoidismo diagnosticado consiste em reposição hormonal. A droga de escolha para se iniciar o tratamento é a levotiroxina sintética, pois esta resulta na normalização sérica das concentrações de T3 como de T4. A dosagem inicial é de 22 mcg/kg a cada 12 horas.O risco de hipertireoidismo iatrogênico é baixo, pois a regulação da conversão de T4 em T3 é preservada. A dose e a freqüência ideal para a manutenção do tratamento variam para cada paciente devido a oscilação na absorção e a meia vida sérica da levotiroxina. Os ajustes de dosagem e frequência ficam a critério da avaliação do médico veterinário.

terça-feira, 29 de julho de 2014

Diabetes

Uma das doenças que mais matam no mundo atualmente é o diabetes. Mas engana-se quem pensa que esta enfermidade é exclusiva dos seres humanos. Pequenos e grandes animais também são suscetíveis a esta doença. Entre os de estimação, a maior parte dos casos registrados dentro da medicina veterinária tem como vítimas cães e gatos

 O diabetes é um distúrbio complexo que resulta na incapacidade do pâncreas em produzir insulina. Em vários animais, como cãesgatos, isso também pode ocorrer. Essa anormalidade causa hiperglicemia, que é o aumento de açúcar no sangue e na urina.

“As causas que predispõem o surgimento do diabetes em cães e gatos são multifatoriais. Dentre as mais comuns observa-se o uso de anti-inflamatórios glicocorticoides, obesidade, sedentarismo, predisposição genética (raças como Poodle Miniatura, Rottweiler e Samoeida), pancreatite crônica recidivante, traumatismo no pâncreas, neoplasias e síndrome de Cushing (hiperadrenocorticismo). Os quatro sinais clínicos clássicos são poliúria (urina em grande quantidade), polidipsia (bebe muita água), polifagia (come demais) e perda de peso (emagrecimento)”, explica o médico-veterinário Saulo Tadeu Lemos Pinto Filho.
Assim como nas pessoas, o diabetes tem dois tipos comuns: o diabetes mellitus e o diabetes insipidus.

Diabetes Mellitus
O diabetes mellitus é o tipo mais comum em cães e gatos. Caso não seja diagnosticado a tempo de tratamento, pode ser fatal. Este é o tipo de diabetes caracterizado pelo excesso de glicose (açúcar) no sangue. O nível normal de glicose para cães e gatos é de até 110 mg/dl (miligramas de açúcar por decilitros de sangue). Quando a taxa é superior a esta, o animal é diagnosticado com diabetes.
Esta doença é caracterizada pela pouca produção do hormônio “insulina” pelo pâncreas, órgão que também é responsável pela produção de enzimas digestivas. Há vários fatores que a causam, incluindo predisposição genética, infecções, doenças, drogas, inflamação do pâncreas e do íleo nos cães.
Os primeiros sintomas que o animal apresenta quando tem diabetes costumam ser aumento do consumo de água, excesso de urina e grande apetite, sendo que o bicho, apesar de comer mais, começa a emagrecer. Se não tratada de forma correta, a doença pode apresentar complicações, como, por exemplo, problemas articulares. Porém, a principal delas é o surgimento de catarata (doença oftalmológica que consiste na opacidade total ou parcial do cristalino) nos dois olhos do animal, o que pode deixá-lo cego. Em muitos casos também se pode notar um hálito forte com odor de acetona, dificuldade respiratória, depressão e vômitos.
Na presença desses sintomas, o animal realiza o exame de sangue, urina e bioquímicos, onde é dosada sua glicose e verificadas as funções bioquímicas. O tratamento depende dos resultados. Nos casos mais graves é indicada – além do regime alimentar – a aplicação de insulina. Hoje já existem no mercado rações especiais para cães e gatos diabéticos.

Diabetes Insipidus
O diabetes insipidus está relacionado à água, que deixa de ser absorvida e faz com que o animal passe a urinar mais e também a ter mais sede, fazendo com que os sintomas sejam semelhantes aos do diabetes mellitus. O problema pode levar à deficiência de eletrólitos no organismo e também a alterações de pelo, sendo caracterizado como uma doença da hipófise (glândula que fica na base do cérebro e é responsável pela produção do hormônio antidiurético). O diabetes do tipo insipidus também pode ser genético ou adquirido, resultando de problemas no rim. O tratamento é feito com base em suplementação hormonal.
O tratamento do diabetes mellitus em cães e gatos consiste num processo terapêutico. No começo geralmente é necessário que o animal fique internado para que se dê início à regulação dos níveis de glicose. Posteriormente, o bichinho passa a se alimentar somente de ração especial diet e a receber injeções de insulina de duas a três vezes ao dia. Estas devem ser dadas sempre nos mesmos horários e em quantidades adequadas pelos proprietários, pois o excesso também pode gerar problemas, como, por exemplo, crises convulsivas.
Periodicamente, o paciente terá que passar por exames para que seja medida a taxa de açúcar.
No diabetes insipidus, o tratamento do diabetes insípido central é substitutivo, baseado em injeções de hormônio antidiurético. O diabetes insípido renal é mais problemático, pois é decorrente de um fator primário que está afetando os rins.

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Urinálise

EXAME DE URINA: RÁPIDO, BARATO E MUITO IMPORTANTE!!!


Um simples exame de urina pode dizer muita coisa em relação a saúde de cães e gatos. Densidade urinária, ph, presença de açúcar, proteínas, pigmentos, bactérias, hemácias, leucócitos podem ser indícios de doenças ou início de alguma alteração sistêmica.O exame de urina é um exame simples, fácil de coletar, barato e que pode ser extremamente útil para avaliar a função renal (insuficiência renal, lesão tubular, neoplasia renal etc), alterações da bexiga e da uretra ( tumores de bexiga, infecções, inflamações etc) e mesmo de doenças sistêmicas (diabetes, hiperadreno, hepatopatia, doenças musculoesquelético entre outras).
Alterações no exame de urina podem já aparecer no início da doença e muitas vezes antes mesmo da sua instalação, como no caso da insuficiência renal, quando a densidade urinária baixa e presença de proteína na urina podem indicar o início da doença, ajudando a entrar com o tratamento preventivo, com manejo da dieta, controle da Pressão Arterial e mesmo uso de medicamentos.
Presença de cristais, podem predispor a formação de cálculos e o exame de urina com avaliação de cristais e PH podem sugerir a adoção de uma dieta que previna a formação dos cálculos (pedras nos rins e na bexiga).
Presença de hemácias, leucócitos, bactérias, células de descamação da própria bexiga, pode já dar diagnóstico de cistite ( inflamatória ou bacteriana) e tumores da bexiga.A presença de glicose, pode indicar a presença da Diabetes que será confirmada com o exame de sangue.
Esses são somente alguns dos “avisos” que o simples exame de urina pode dar ao Médico Veterinário no diagnóstico de algumas doenças e na prevenção de outras.

A coleta pode ser da micção espontânea (quando o animal vai urinar) coletando uma amostra de urina em um coletor limpo.
Outra forma de coletar urina é pela cistocentese (punção de uma agulha direto na bexiga repleta de urina) guiado pelo aparelho de ultra som. Essa coleta com a punção é muito mais significativa e livre de contaminações que poderiam acontecer quando a coleta é feita pela micção espontânea. Esse processo é relativamente indolor e muito seguro para a grande maioria dos animais.
No Diagnóstico, os exames de urina são realizados em nosso próprio laboratório e o resultado sai no mesmo dia.

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Leucemia Felina



Leucemia felinaA leucemia felina (FeLV) se caracteriza por ser uma doença viral que se manifesta de várias maneiras e apresenta sintomas diferenciados. Apesar da denominação a leucemia nem sempre provoca tumores ou manifestações comuns o câncer.
            Geralmente, durante os primeiros estágios da doença os animais não apresentam sintomas. Após algum tempo a saúde dos animais é comprometida, e eles podem desenvolver doenças secundarias.
            Os principais sinais da FeLV são a perda de apetite, perda de peso progressiva, deterioração da aparência e da qualidade da pelagem, aumento dos gânglios linfáticos, febre persistente, infecção da pele e do trato respiratório superior, diarreia, mudanças de comportamento, letargia, aumento na ingestão de água, aumento na frequência da urina, mucosas pálidas, distúrbios reprodutivos, entre outros.
            Não existe tratamento para a FeVL, assim a melhor maneira de evitar a doença é a prevenção através da vacinação, identificando antes se o animal não é portador da doença por meio do testes de diagnósticos. Também é importante que evite o contado dos animais com gatos de rua.

quinta-feira, 3 de julho de 2014

TVT Canino

Tumor Venéreo Transmissível em Cães

tumor venéreo transmissível (TVT), também denominado tumor de Sticker ou linfossarcoma de Sticker, é uma neoplasia maligna contagiosa que acomete especialmente a genitália externa dos cães. Todavia, pode atacar também, menos freqüentemente, cavidade oral, pavilhão auditivo, baço, rins, fígado, pulmões, globo ocular, região anal, pele, faringe, encéfalo e ovários; a ocorrência de metástase é rara. 

Esta neoplasia foi citada pela primeira vez em 1820 por Hüzzard e descrito em 1828 por Delabere-Blaine. No entanto, foi apenas em 1904 que Sticker descreveu detalhadamente o TVT.
O TVT ocorre igualmente em ambos os sexos, atacando preferencialmente animais jovens e que habitam regiões quentes.
O contágio normalmente ocorre durante o coito, mas pode ser transplantado por meio de arranhadura, lambedura ou pelo ato de cheira o animal infectado. Inicia-se como um nódulo sob a mucosa genital, rompendo-se progressivamente pela mucosa suprajacente.
Nas fêmeas, costuma acometer com maior freqüência a vagina (53%), vulva (33%) e região extra-genital (14%). A lesão inicial normalmente é observada na região dorsal da vagina, na junção com o vestíbulo, estendendo-se para o lúmen, podendo progredir pela vulva. No macho, o tumor é encontrado especialmente no prepúcio e pênis (56%) e em locais extra-genitais (14%).
Microscopicamente, são observadas células ovais ou arredondadas, com bordas citoplasmáticas delimitadas, núcleo grande, oval ou redondo e normalmente excêntrico, cromatina granular e nucléolos proeminentes; coram fracamente. Outra característica citopatológica é o alto índice mitótico, com presença de necrose multifocal, infiltração de linfócitos, lise de células neoplásicas, diminuição da quantidade dessas células e aparente deposição de colágeno.
A principal manifestação clínica é a presença do tumor ulcerado na genitália do animal (com aspecto de couve-flor), juntamente com a presença de secreção serosanguinolenta na vagina ou pênis, o que leva a uma lambedura constante dessa região.
Na pele, o TVT apresenta-se como nódulos isolados ou múltiplos. Essas ulcerações são de coloração esbranquiçada, acinzentadas ou rosadas e avermelhadas podendo estar associada à miíase e aos exsudatos purulentos.
Na região nasal, o tumor friável e sanguinolento pode resultar em dispnéia, respiração com a boca aberta, corrimento nasal, epistaxe, espirros e edema local. Depois de instalado na região nasal, pode alcançar a mucosa oral.
O diagnóstico é feito por meio dos achados clínicos, confirmado através de exames histopatológicos. As técnicas que podem ser utilizadas são o “imprint” (impressão sobre lâmina), citologia de aspiração por agulha fina e biópsia incisional.
O tratamento pode ser feito por meio da remoção cirúrgica do tumor, porém este método não é efetivo em todos os animais. A quimioterapia é o tratamento de eleição quando há tumores múltiplos ou metastáticos, além de também poder ser usada como tratamento de primeira linha para tumores locais isolados. Uma terapia comumente utilizada é a associação de fármacos quimioterápicos como vincristina, ciclofosfamida e metotrexano.
Fontes:
http://www.redevet.com.br/artigos/tvt1.htm
http://www.revista.inf.br/veterinaria11/revisao/edic-vi-n11-RL95.pdf
http://www.scielo.br/pdf/abmvz/v58n6/07.pdf
http://www.sovergs.com.br/conbravet2008/anais/cd/resumos/R0602-1.pd
http://www.eventosufrpe.com.br/jepex2009/cd/resumos/R0519-2.pdf